Zé Póvinho

 Um tema que tem sido alvo de muita discussão é o novo orçamento de estado apresentado ontem pelo sr. Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho.

 A função pública levou um grande rombo, onde os subsídios de Natal e férias são congelados, as reformas, seguem o mesmo caminho entre muitas outras medidas, ao que parece este governo elevou tudo, menos os salários, coisa que já se esperava, mas agora pergunto eu, que raio de medida é aquela da reorganização dos serviços públicos ficar novamente suspensa até ao final do próximo ano, a não ser para reduzir cargos dirigentes e para diminuir a despesa? Então onde eles devem cortar que é no excesso de funcionários públicos incompetentes, eles não mexem, ou seja, ando eu a perder horas em repartições de finanças e em instituições da segurança social, porque aqueles funcionários precisam mais de café e cusquice do que satisfazerem as necessidades das pessoas que estão a faltar ao emprego para ir tratar de uns simples papéis e estes senhores governantes não dão a mínima importância a isto, pois não afecta em nada o nosso país, já a criação de um Museu/Casa do Património do Desporto e a implementação de um Plano Nacional para a Ética são as duas prioridades imediatas para o sector, se isto não é brincar connosco, então não sei o que é. Porque é que estes novos governantes não a andar todos de transportes públicos em vez de se deslocarem em carros de alta cilindrada? Porque é que começam a fazer cortes a quem recebe mais de mil euros? Pensam que mil euros é uma fortuna, mas enganam-se, pois quem paga renda, que a média ronda os € 500, ainda pagam luz, água, gás, comida, medicamentos, e para quem tem filhos, tem que ainda gastar mais uns € 300 em material escolar, € 1000 euros não são fortuna nenhuma pois se fizermos contas verificamos que € 500 de renda mais € 300 de material escolar mais € 150 em comida, mais uns € 100 de gás, luz e água mais em média uns € 50 em medicação, acaba por rondar uns € 1100 mensais, e fora destas contas ficaram passes sociais, combustível, pagamentos de seguros automóveis, e algumas intervenções nos veículos. Quem é que consegue viver com € 1000? Praticamente ninguém, e mesmo assim decidem congelar subsídios de férias e natal? Está na hora de o Zé Póvinho mudar de posição, deixar-se de manifestações em que apenas gritam e agitam bandeiras, o mesmo que fazem nos jogos de futebol mas com muito mais entusiasmo, e realmente querer tirar estes malandros do poleiro.

 Uma última observação, eu escrevo Zé Póvinho porque este povo só quer é futebol e copos e enquanto não proíbirem esses luxos este povo não se revoltará, pois para o futebol e o copo todos têm dinheiro, mas para comer é que já não. Se realmente queremos que isto mude, temos primeiro que nos preocupar com coisas realmente relevantes e só depois disso é que podemos exigir a extradição destes senhores da política portuguesa para bem longe daqui.

Até uma próxima.



publicado por Quiosque Virtual às 21:16