Influência do povo

Boa tarde caros leitores, desde já peço imensa desculpa por me ter ausentado por tão largo período, mas motivos de força maior obrigaram-me a tal.

Ao que parece, o processo Casa Pia, finalmente foi concluído, só um dos arguidos foi absolvido, e todos tiveram penas superiores a 5 anos.

Agora os condenados vão recorrer e lá vai este assunto arrastar-se por uns mais largos anos, as vítimas clamam misericórdia pois querem colocar o assunto para trás das costas e os condenados clamam inocência, menos Carlos Silvino. Eu estou contente por finalmente este processo ter terminado, mas se for a analisar todos os contornos do mesmo, receio que a justiça não tenha sido feita, este processo esteve envolto numa grande pressão feita pelo povo, pois o que o mesmo quer, são cabeças a rolar, teve pressão por algumas das figuras serem bastante mediáticas e por se arrastar tanto.

Eu não sou perito em investigação, mas julgo que realmente existem algumas falhas, como é que os condenados, enquanto arguidos estão indiciados de uma "catrefada" de acusações e depois só são provadas umas dez, é um pouco estranho, como é que explicam que uma pessoa abusada não se lembre do local onde foi abusada, é algo que nunca se esquece, o cérebro humano até pode ter uma fraca capacidade de decorar números de telefone, ruas, caminhos para a terra dos pais, etc., mas nunca esquece algo que nos fez sofrer, pois quando sofremos, sofreremos para sempre, foi uma dor que nos fez chorar, que nos fez pensar na vida com outro sentido, e quem fala de sofrimentos, fala de alegrias, quando algo nos marca mesmo muito, nunca esquecemos, e por isso atrevo-me a afirmar, que um abuso é algo que não conseguimos esquecer, por muito que queiramos está sempre presente, e quando parece que é um assunto esquecido ao falarem em algo idêntico vem-nos logo à memória o que passámos, por conseguinte, faz-me imensa confusão muitas das vitimas não se lembrarem de pequenos pormenores, de cheiros, sinais, marcas, existe aqui algo que está mal contado, como é que alguns dos condenados é que se dão ao trabalho de fazer o que os investigadores deveriam ter feito, parece que afinal os condenados é que eram os investigadores, não se pode aceitar que um julgamento seja feito com base em declarações que parecem bastantes sólidas e coerentes, a minha avó também pensa que o que se passa na novela é verdade, por vezes apanho-a em frente à televisão a barafustar com os actores, já não existe aquela coisa de a minha palavra contra a tua e sem provas não dá? Este julgamento não acho que tenha sido demoroso, mas sim preguiçoso, o que competia à justiça era finalmente dar descanso às vitimas, mas ao condenar as pessoas com base em depoimentos que parecem ser coerentes só faz com que os condenados queiram recorrer, e lá vamos ter nós que estar a pagar tudo isto, a aturar os mesmos depoimentos, as mesmas entrevistas entre outras coisas mais. Eu com isto tudo só quero dizer que o meu maior receio é que os juízes tenham decidido como povo e não como oficiais de justiça, talvez estejam um pouco fartos da expressão, e passo a citá-la, "os grandes safam-se sempre".

Quer se queira, quer não, o povo é quem mais influência tem na nossa sociedade, só que em vez de aproveitarmos isso para fazer algo útil, usamos para dificultar ainda mais as coisas.

Só nos resta esperar pelo desenvolvimento deste preguiçoso caso.

Até lá estarei por aqui a falar sobre mais actualidade, com maior regularidade.

Um muito obrigado.

Até à próxima :)

sinto-me: Intrigado
publicado por Quiosque Virtual às 14:22